Os motores e grande parte das cargas alimentadas pelas redes de energia eléctrica, são cargas de carácter indutivo, isto é, para além de consumirem energia activa, também são consumidores de energia reactiva.
Figura 1 - Representação esquemática de um motor monofásico alimentado em corrente alternada
Em termos de diagrama vectorial, tem-se:
Figura 2 - Diagrama vectorial do esquema da Figura 1
sendo a componente activa da corrente e a componente reactiva. A presença da componente reactiva (devida à indutância) faz com que tensão e corrente aos terminais da fonte não estejam em fase; a corrente está atrasada relativamente à tensão.
A fonte que alimenta este motor deverá ser capaz de fornecer as potências:
ou seja, dever á ter, pelo menos, uma potência aparente de:
e ser capaz de fornecer uma corrente de amplitude eficaz .
Caso a fonte não tivesse de fornecer a energia reactiva (devida à presença da indutância), poderia ter uma potência aparente de apenas:
fornecendo uma corrente de amplitude eficaz
Esta solução é possível e implementa-se através da introdução, no circuito, de um condensador; este procedimento é conhecido por compensação do factor de potência.
Os inconvenientes de não se proceder à compensação do factor de potência são:
as fontes de energia eléctrica (os geradores das centrais eléctricas) ao terem de produzir energia reactiva têm, forçosamente, de diminuir a energia activa produzida, de forma a não ultrapassarem a sua potência aparente nominal, uma vez que ; |
as linhas de transmissão têm maiores perdas pois, como não são ideais (impedância nula), mas sim caracterizadas por uma impedância não nula, as perdas associadas serão tanto maiores quanto maior for a corrente que as percorre ( ); |
as quedas de tensão nas linhas são maiores, pela mesma razão indicada no ponto anterior. |